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Em neurointensivismo, falamos muito sobre pressão de perfusão cerebral (PPC). Na prática, por que esse parâmetro é tão importante? Vamos começar trazendo algumas informações...

Cerca de 15% do débito cardíaco total em repouso é consumido pelo cérebro. Isso corresponde a aproximadamente 750 ml de sangue por minuto.

O cérebro consome em torno de 20% de todo o oxigênio do corpo, e entre 15% a 20% de glicose, o que corresponde a mais de 5mg de glicose a cada 100 gramas de tecido cerebral por minuto.

Diante disso, fica compreensível a necessidade de o cérebro não sofrer qualquer redução de fornecimento sanguíneo. É vital a manutenção do fluxo sanguíneo encefálico (FSE).

O FSE é aproximadamente 40 a 50 ml a cada 100 gramas por minuto, e é mantido relativamente estável graças a capacidade de auto regulação (o fluxo de sangue para o cérebro é capaz de se manter constante dentro de uma larga faixa de variação da pressão arterial média – PAM, entre 50 a 150 mmHg).

Assim, a PPC é importante porque estima a perfusão cerebral, e, consequentemente, o adequado consumo de oxigênio pelo cérebro. Por isso devemos mensurá-la em pacientes neurocríticos.

Fazemos isso pelo seguinte cálculo simples: PPC=PAM-PIC (pressão de perfusão cerebral é igual a pressão arterial média menos a pressão intracraniana). Dessa forma, é uma verdade que, para obtermos um valor fidedigno de PPC, o paciente necessita de monitorização da PIC.

Valores de PPC a partir de 70 mmHg são adequados, sendo que valores abaixo indicam baixa perfusão cerebral e exigem conduta (uma estratégia pode ser iniciar vasopressor, em ação colaborativa com o médico, com o objetivo de aumentar a PAM e consequentemente a PPC).

Muito importante: em casos de hipertensão intracraniana, é mandatário identificar e resolver a causa.

Na UTI, devemos mensurar e registrar a PPC ao mesmo tempo e da mesma forma que mensuramos e registramos os sinais vitais.

Autora: Enfa. Camila Bregeiro – Diretora de Ensino e Pesquisa da ABENEURO

Referências:

Schizodimos T, Soulountsi V, Iasonidou C, Kapravelos N. An overview of management of intracranial hypertension in the intensive care unit. J Anesth. 2020;34(5):741-757.

Bor-Seng-Sh E, Kita WS, Figueiredo EG, Paiva WS, Fonoff ET, Teixeira MJ,. Panerai RB. Hemodinâmica encefálica: conceitos de importância clínica. Arq Neuropsiquiatr. 2012;70(5):357-365

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